A moda Y2K* continua em alta, mas será que estamos repetindo os mesmos erros do passado?
Junto com a cintura baixa, babylooks, wide legs e o Tumblr girl 2014, temos uma geração que ironicamente se considera inclusiva e body positive fazendo uma ode a magreza disfarçada de inclusão.
Como alguém que cresceu nós anos 90/00 e que acompanha as redes sociais e as tendencias da moda, notei já há algum tempo que as novas gerações estão resgatando muito das tendências usadas nessas décadas. Isso é um comportamento comum, conhecido como ciclo dos 20 anos, ou seja, a cada 20 anos revisitamos a moda passada e trazemos algo repaginado.
A conversa vai ser sobre moda, porém de uma forma um pouco mais crítica.
De Britney Spears sendo chamada de gorda à Bridget Jones sendo referência de pessoa plus size nos filmes, os anos 90 e 00s foram marcados por um bombardeio de mensagens distorcidas sobre beleza seguidos de graves distúrbios alimentares.
Muitas das nossas estrelas da Disney já vieram a público falar sobre a pressão que sofriam para terem os corpos perfeitos e quantos distúrbios foram causados por isso.
Demi Lovato é um exemplo quando falamos sobre a questão de peso. Em várias entrevistas a atriz e cantora fala abertamente sobre seus problemas com bulimia e anorexia causados por toda a pressão qur vivia.
Isso falando de uma geração que cresceu sem tanto acesso a internet em comparação com as gerações atuais.
As Redes Sociais e a Obsessão pela Magreza: Um Novo Capítulo?
A novas gerações, que cresceram com a internet na palma da mão, podem não ter vivido essa época diretamente, mas as redes sociais continuam perpetuando esses padrões estéticos inalcançáveis. O retorno da normalização do tamanho 00 (algo que seria menor que o PP no Brasil), o novo corpo das Kardashians que antigamente exibiam curvas, agora beiram a magreza extrema, vide Kim Kardashian no Met Gala em 2022, são exemplos reais de que o reforço da ideia de que “magreza é beleza” voltou.
As grandes influenciadoras da geração atual exibem em sua maioria um corpo extremamente magro e não que exista problema em ser magra, o problema começa quando a adoração vira excessiva e se torna doença. Uma pesquisa feita pelo The Atlantic em 2017 correlaciona o aumento de casos de suicidio com o acesso as medias sociais e cyberbullying.
Um alerta para as novas gerações e um lembrete para todos:
A moda Y2k é um máximo. Divertida, colorida, com pega rockstar param quem gostava (AKA eu).
Mas também é uma moda que por anos não foi inclusiva, que causou problemas de saúde no corpo e mente da nossa geração. Não podemos romantizar e esquecer dos aspectos negativos causados por essas décadas.
Dicas para uma moda mais consciente:
- Questione as imagens e vídeos vistos na internet. São imagens reais?;
- Siga influenciadores que promovam diversidade;
- Lembre-se que beleza está na individualidade. O que é visto pela sociedade como bonito hoje, não necessariamente vai ser visto amanhã, mas você continua sendo você.
- Cuide da sua saúde fisica e mental.
E acima de tudo lembre-se: corpo perfeito não existe.
A mudança é desconfortável, mas está nas nossas mãos fazermos na internet e da mídia geral um lugar inclusivo e acolhedor.
Juntos, podemos construir uma moda mais consciente, inclusiva e responsável!